Tuesday, April 17, 2007

Axé

Trago aqui meu povo

Um canto novo,

Um canto de axé!

Axé!

Axé pra gente

Presente

Instância da Liberdade,

Bairro da Paz,

Ribeira, meu cais,

Cidade

Baixa

Dos Sapateiros

Cabula,

Mata Escura,

Umbuzeiro.

Salvador!

Um axé pra grande Salvador!

Terra de santo,

De fé,

Guerra num canto,

Noutro samba no pé.

Negro amor

Cor

Do calor

É a alegria

Fantasiar-se,

Viver.

Vem ver!

É novo dia.

Riso no atrito,

Sorriso do maldito

Senador da Bahia.

Jogo de poder,

Tristeza é perceber a hegemonia.

Beleza! O tempo bem conhece

E a gente acontece para a orgia.

Axé!

Axé e um peixe frito,

Marisco, moqueca,

Petisco, peteca,

Praia, brisa, mar,

Onda de imaginar

Um amor de verão

Ai axé!

Axé pra canção

Que vem embalar

O coração.

Axé!

Axé pra vencer,

Pra esquecer

A rotina,

A dor,

A menina,

O pudor.

Axé!

Axé pra entrar na capoeira

E fazer bonito,

Pra usar bem a rasteira,

Mas não esquecer de levantar o amigo.

Axé!

Axé pra gira,

Pra contar mentira

Como se fosse verdade,

E ganhar a mocidade

Com o prêmio

De boêmio

- contador de estórias.

Axé!

Axé pra que nossa trajetória

Siga em prol

Da vida,

Com saúde, tomando sol,

Provando doutras bebidas.

Axé!

Axé pra vencer o medo,

Pra ficar de boa,

Pra brincar de ser feliz,

Pra dar muito beijo,

Pra mudar esse país.

Axé!

Axé pra Zé,

Axé pra Val,

Axé pra bem

Axé pra mal,

Axé pralém dos absurdos,

Axé!

Axé porque hoje é dia de carnaval.

Confissão primeira de uma fêmea

Eu queria mermo era ser negona, ter uma bunda bem das avantajada, uma barriguinha de leve – que ninguém é cabide pra só levar roupa –, e um cabelo bem dos crespo esvoaçado.

Aí sim! Aí eu ia sambar fetio uma condenada, rastar meus pé sujo na roça de terra batida, e ia, por fim, chamar meu orixá!

Tuesday, April 10, 2007

BELISQUE

da escadaria
do tobogã
vejo o mundo
de cima pra baixo
simpático a fenomenologia
esperançoso pelo amanhã

na padaria
bem de manhã
vejo Raimundo
se enveredando na labuta
do dia-a-dia
desgostoso no percurso de volta da van

pois é
a dialética cabendo em cousas e foças
em louças e roças
em adventos
em gente
em pensamentos
na mente
do tempo...

leve-me daqui
pra ver se chupo picolé Maguari
pra ver se vejo vó contente
pra ver se animo minha gente
pra ver se sou feliz mesmo
assim como acho que vou ser.

ao futuro,
meu muro
de cores
rabiscado com:
BELISQUE O VENTO
SEU TORMENTO
DE MENINO
FRANZINO,
BELISQUE!

cheiro a todos

Thursday, April 05, 2007

lorotas fagia

1.
quem sabe
sabe
quem nao sabe
se acabe
de saber
que sabe
que se acaba
tudo na vida.
1.1
tudo na vida
que se acaba,
quem sabe
de saber,
se acabe!
quem nao sabe,
sabe.
quem sabe?

Monday, April 02, 2007

homenagem ao malandro 1 e 2

1.
Lá vem a bola,
o baixinho domina,
um zagueiro atrás, corre em sua cola,
Romário toca por cima
ao perceber o goleiro distante do gol,
que show
de jogada.

A bola não entra,
mas tudo bem,
pra quem já fez cem,
mil é daqui pra'li...

2.
(...) e ontem, o baixinho não saciou as nossas vontades.
Pois bem, Pelé que muito aguarde,
porque Romário é bicho solto,
cara sangue bom,
representante da malandragem
do meu tempo
e de muitos momentos
em que o Brasil
deixou de ser
lamento vil
da humanidade.