Monday, February 11, 2008

poema do amor ensaiado

A mim me animaria
esculpir os teus seios em minhas dobras das mãos,
A mim me animaria
esculpir os teus doces lábios
nos meus lábios versados sem refrão,
A mim me animaria
essas e muitas outras gerências,
Entretanto, não há agência
nas vias do coração.

A mim me custaria
acreditar na paz que me adorna agora,
A mim me custaria
amanhecer com você lá fora,
A mim me custaria
despedir-me de ti marcada a hora,
Entretanto, a aurora do dia
guiou-me à Cachoeira do Sossego,
onde renovada as energias,
enxerguei que meu tempo é hoje,
e sem hoje,
não haveria de sonhar com o amanhã.

A mim me bastaria
a eternidade no tempo da gente,
em que a gente pudesse assaltar o presente
para conosco viver ao lume de uma alegria poente,
A mim me bastaria
você e suas artimanhas,
suas entranhas, suas manhas,
suas manhãs, tardes e noites,
A mim me bastaria
o ocaso que me casa com a vida,
com a vida bandida
que vai e que volta
na horta de mim.

Ah! Meu coração é maior que os meus erros,
e estes erros, meu bem,
são espelhos do homem que sou
e que vou sendo:
menino, ancião,
adulto, astuto,
educado ao perdão.

Desde já,
ensaio aqui,
o sentimento à ti:
minha arte.

(2 de agosto de 2007)