Thursday, March 29, 2007

-estado de nostalgia insuportável-

Eu vim da Bahia

Eu vim
Eu vim da Bahia cantar
Eu vim da Bahia contar
Tanta coisa bonita que tem
Na Bahia, que é meu lugar
Tem meu chão, tem meu céu, tem meu mar
A Bahia que vive pra dizer
Como é que se faz pra viver
Onde a gente não tem pra comer
Mas de fome não morre
Porque na Bahia tem mãe Iemanjá
De outro lado o Senhor do Bonfim
Que ajuda o baiano a viver
Pra cantar, pra sambar pra valer
Pra morrer de alegria
Na festa de rua, no samba de roda
Na noite de lua, no canto do mar
Eu vim da Bahia
Mas eu volto pra lá
Eu vim da Bahia
Mas algum dia eu volto pra lá.

grande Gil!

Friday, March 23, 2007

vaivém

vai,
e volta
na volta
do tempo
que sai.

vai,
e solta
o salto
que assalto
nos meus olhos
que Abrolhos não viu.

vai,
e leva,
que a leva
da vida
se encarrega
de ir,
de vir,
de partir.

vai,
e ama,
que a trama
de nós
somos nós
que fazemos
assim.

vai,
sem fim,
que em mim
cabe a arte
e em ti
a agonia num estandarte.

vai,
com alegria,
que o dia,
sai todo dia,
novo e derradeiro.

vai,
pelo mundo inteiro,
até que os teus pés superem as dores,
que as cores
de tuas meias multi-coloridas
escondem.

vai,
com fome,
levar teu nome
pra onde ele anseia ouvir.

vai e vém,
no trem,
no além,
pra mim.

vai,
que vim

pra ti.

Thursday, March 22, 2007

crú e cozido

crú

e cozido

tu

e teus amigo

sem graça

a praça

é do povo.

faz novo!

Friday, March 02, 2007

movimento

refaz
o dia de quase sempre
a menina jaz
no mérito do shopping-center
e o menino segue a brincar no banheiro,
vez em quando muda de ares,
e liga seu video-game para uma aventura sem picadeiro.

pois é,
a garota que costumo gostar,
segue a namorar
e me tem ao esquecimento;
pior seria se só uma fosse,
são várias.

é,
chega a noite
e a gente só dorme tarde.
a noite é boa,
esfria, esquenta,
alivia, orienta.

...

Zé,
aquele lá trabalha hoje,
amanhã e depois de amanhã.
vida difícil aquela!
queira Deus trazer
muito prazer
e bom humor.


é ingenuidade e também corrente
quem sabe a gente
muda o presente
e o futuro.
juro,
que no meu muro
escreverei teorema.

né,
João?
eu não te peço perdão
agora,
muito embora,
não posso olvidar-me de dizer-lhe:
obrigado amigo, muito obrigado.

praça da sé,
por quê toda cidade tem uma?
"haveria de existir tanta redenção!"
só assim o povo se libertaria,
acho que, enfim,
o autor
pensou assim
antes de compor.

e não dê ré.
viu?
gaste o bocado,
gaste o trocado,
gaste o gasto
da vida
e do coração.

aí não! ande a pé
dê ré
e volte a praça da sé
pra ver Zé
jogado em fé
por mané,
ou não,
ser ou não ser,
eis a questão...

castanho meus pêlos
se enveredam pela
horta do verão
e quanto mais gravo a versão de mim,
mais falsifico o estandarte,
mais omito a necessidade
de viver aqui,

no íntimo,
no público,
no rústico estado de liberdade,
Bahia ou putaria
qualquer
me cai bem,
se bem que de vez em quando
é bom mudar.