Wednesday, January 31, 2007

Quem disse que um peidinho não mata ninguém?

Um peidinho na hora da gemidinha fazia bem a ela. Ele muito se esforçava, mas aquela dimensão do dia, da rotina angustiante de protocolos e mais protocolos retornava sempre à sua cabeça quando ela o cutucava pelas nádegas numa manifestação pedinte.

É minha gente, Ambrósio jamais foi o mesmo depois daquela noite. Sua mulher, Teresa, cansou por tanto insistir, e adentrou com três dedos nas terras já demarcadas dele. Aquele cú nunca tivera recebido uma energia tão forte. Ele chiou de só penetrar, mas o norte da reação veio ao juízo. O rapaz estapeou a mulher toda, latente, com a tora empinada como cobra naja. Depois a colocou de quatro e abriu sua alma com pisões nas costas. A mulher desvaneceu como rapariga de bordel, que renega o cafetão e ele vai lá e faz o serviço sujo. Pois é, Teresa foi aos céus.

Ave Maria, misericórdia! Tais aí o progresso do stress. Só por causa de um peidinho...

Sunday, January 28, 2007

discaração

sou discarado,
convicto ao sabor
do maracujá de minha pomposa terra.
feira do agreste,
lugar de muito caba da peste
que faz guerra
de repente
e contente
por só encher o buxo
de um tal luxo
- comércio.

pois é fogosa poesia
eu me chamo ousadia
e quero que essa trova
sem vergonha,
assim sem contrato social,
oriunda daqui do meu quintal,
venha a ser relevante
no seu dia.

eu quero paquerar sua filha!

* texto encaminhado à Alice Ruiz. hehehe! a filha dela é massa. humhehumhehum (agora risos de bandoleiro)

Três Notas

Eu só direi
Três notas da sua intolerância:
Preconceito
Paternalismo
Poder.

Quanto ao que ensejo no porvir,
Três notas ameaçantes à sua agência:
Se prepare
Se plante
Se pique!

A dialética é também putaria
seu fela de uma moral cristã!


* dedicado a todos os donos de postos de combustíveis e assaltantes dos movimentos sociais.

Saturday, January 27, 2007

Tome Nota

ói

eu disse a você um dia
que eu ia lhe levar daí

pois é
tome nota

eu vim praqui
foi pra varar a felicidade

saudade
crua

maldade nua você
eu ser

eu mesmo
sem grua

sem câmera
sem prêmio

Boêmio
Sou e serei

Amanhã hoje e depois de amanhã
Pois vã

Não é a lida
Que a mim

Me cabe
Levar você proutro lugar

Mais sujo mais belo
Mais cá.

Início

Vem de longa data
O amor que omito por eles;
É.
Quem sabe aprendo eu
Um dia
A olhar de baixo,
E acho
que aí,
O meu
Bloco de gostar
Vai cair do precipício.

Amizade,
Tolera
Minha galera
E trama
A sorte
Da gente que ama
Sem se dar conta
Da soma
De nós:
Início.

Monday, January 15, 2007

Leonisse


Dizem que ela voltará latinizada
Pode dexá!
Eu mesmo tratarei
De gozar em sua xereca esbranquiçada.
E em sua maçã de rosto suave
Voarei tal qual como ave.

Eu existo por rapina,
Aventuro minha sina
Pelo simples caminhar.
Leonisse - essa ousada prática de sarampantar.
Alemãs são maravilhosas
(quando vivem próximas aos trópicos).

Eu bem badejo,
Sou peixe entre guerra,
Famoso por minhas guelras,
E manso que nem ca(n)ção
De navegar.

Se hoje eu namoro,
É porque amanhã quem sabe eu possa casar,
Ou não!
Né não Caetano?

Macho já não sou,
Fêmea nem pensar.
Provedor é pra doutor,
Aqueles que se acham homens demais pra só estar.

Eu tô é em trânsito,
Em transe,
De boa, de boresta,
De barriga para o ar.
E invisto na luta dum dia
Esse machismo se findar.

Por enquanto vou-me ao lodo,
Esse de leoniar.
Assim cheirar cangotes
E avaliar os lotes
Que a vida me mostrar.

Sunday, January 14, 2007

À morena mais frajola da Bahia

Cordel de nós dois

Se a poesia de agora viesse leve
como você veio à mim,
eu, plebe,
gozaria por dois dias,
tal qual Boca do Inferno em Alecrim.

Cordel de nós dois inté que dá,
dá fruta mangaba, goiaba,
e uma porção de cajá.
Dá limão, pêra, melancia, laranja,
e o tal dito acalmante, maracujá.

Céu de nós dois aí é que brilha,
feito luar no alto do Sertão,
aceso, obeso,
de ilhas
numa constelação.

Nega frajola,
você aqueceu que nem um lampião
à Maria Bonita
uma trova
de paixão.

Cavalo meu vai,
vai em tropa e bandoleiro.
Pode ir agora
ou não querer ir ligeiro.

Cavalo meu vai,
vai com o tempo,
e caso haja vento,
que deixe-o levar pelo fado de fabular.