Friday, April 11, 2008

o tempo das tolices

essa coisa tola de afastar as crianças da sala
e não as deixar ouvir Like a Rolling Stone
e achar perigoso quaquer verso dos Mutantes
e reprimir a menina com seu all-star bem blue...
essa coisa tola de não andar mais com os amigos da juventude
e parar num boteco e gritar "puta que o pariu! caralho!"
e não brincar mais com o sobrinho
e só falar sobre trabalho...
essa coisa tola de não dançar mais um xote,
e não prestigiar um grupo pé-de-serra num bar da capitá,
e não dar bom dia ao mestre de obras do seu apartamento
e não fazer gracinha com a sua vizinha...
essa coisa tola de não tocar mais Gonzaguinha
de sempre querer mais,
de comprar o carro do ano,
e se exibir para os demais

essa coisa tola de achar que tudo é comum,
que tudo é natural,
que todos estão te enganando
e só você que se dá mal...
essa coisa tola,
ah! essa coisa tola.
essa coisa tola é coisa do tempo
do tempo das tolices,
dos tolos
sem sonho
sem ouro.

ah! essa coisa tola.

3 comments:

Anonymous said...

Armengaria é a oficina onde são confecionados os armengues? (gabrie!)

Anonymous said...

isso.

Caio said...

Arre!... ... Arre, poeta!


O HOMEM DO SÉCULO


Olho o homem na estrada
O homem que vive o ideal
Que pisa, sob os pés, o nada
Estendendo títulos ao varal

Olho esse homem vencido
Que mente por não se ver
Que bendiz o não vivido
Que morre ao não morrer

Ei-lo! O homem correto
Com seus passos de arame
Vendendo seu corpo ereto
Tal a puta que paga o vexame

Ei-lo!Ei-lo! De máscara!
Todo circunspecto
Malhando em sua farsa
Outro filme antiestético!

Olho este homem moderno
Cruzando a dita via
Munido de seu caderno
E de um si de outro dia

Este é o homem do século!
É este o homem do código!
Eis o homem tubérculo
Com seu aguilhão antibiótico!


Continue atirando, isto é... Versejando, isto é... Atirando mesmo.

Caio