Friday, February 23, 2007

agrestivos

- cabra agrestivo aquele que rogou perecer no tronco de Madalena. pouco sabia do envaidecer daquela fêmea.
-e era fêmea bixim?
- pois ora pois! e num era. era fêmea que nem tua mãe, aquela disgramada que conseguiu parir pra lá de uma cacetada.
- oxe home, fale assim de mãe não!
- ah! então pare de me atrapalhar de fabular. ói de lado que eu vou continuar de contar a estória pra Josias. viu Josias?
- oxe home! Josias já dormiu tem teeeempo...
- é, e tu nem pra avisar, né diacho?
- como que ia avisar? tu com esse tal fascínio pra ficar contando as coisa, sem querer que ninguém fale nada.
- mas avisar que o menino tava dormindo pelo menos tu podia, né?
- podia, mas tu parece mais um ditador quando a gente fala contigo.
- oxe diabo, queta vai! depois os outro que tão lendo esse caso vão achar que eu sou tirano mesmo.
- e tu né não?
- sou não. não te bato, não te espanco, não te abuso.
- mas me reprime.
- oxe, tá dodia é mulhé?
- tô dodia coisíssima niuma! quem é que não deixa eu falar o que penso na hora que eu quero? quem é, quem é? eu sou é mais uma dessas tuas personagens de fabulação que tu inventa e que sofre de amor, que sofre de angústia por não poder comer outra maçã, por não poder comer sequer maçã.
- queta mulhé! eu não quero que tu passe de mentirosa na frente dos outros não. isso não tá bonito não.
- tá vendo, tá? é pra isso que tu me quer. pra posar comigo. a mulhézinha arrumada, que fica de boca fechada, que não mente, que não trai e que certamente deve ser muito feliz e gozar contigo a noite inteira.
- ah diabo! agora tu vai ver quem é que não goza!

... e assim Nivaldo Sete Contos correu pra cima de Maria Belisca e a espancou num ritmo cinematográfico. Ele até sentiu tesão durante o ato, mas não resistiu ao fato dela noticiar sua morte masculina, ou pelo menos informações que nos levássemos a isso ou (a) quilo.

Formavam um casal bonito, como esse, como aquele, como tu e como eu, mas se desfez na reprodução de discurso e de ação. De versão machista, segregadora e que se repete mundo afora.
Hoje um imbecil qualquer perguntou pelo nordestinozinho de merda que escreve essas coisas daí de cima e daqui de baixo, e imprimiu mais uma vez sua postura racista em relação ao meu povo e a mim. Venho através de coisa qualquer me fazer agrestivo e dizer que pão não me falta - pelo menos nessa conveniência -, mas já me faltou vez em quando e que somos todos emergentes para manifestar, viver e sumir desse rodízio de orgias e congressos. E sem mais nem menos, sem lema ou sem egresso, escrevo. Com mais, com menos, com uma bagunça na cabeça, com uma porção de cabelo pra tratar, ou não, e com um rebanho de idéia pra prender e aprender. Enfim, bêbado pra carai, só venho aqui pra não dizer que fui jogado às matas virgens do anoitecer. Sou santo sem fé, de lá do Agreste, criado por mãe, por pai, por vó e por gente simples, que me ensinou a gostar da vida e que falou: "vai meu filho, vai criar juízo!"
... e assim eu criei um juízo da porra. Desses de sacudir as estruturas, e quiçá, explodir na atmosfera parabólica dos arautos. Eu só não quero ser pregador de ninguém, nem sequer de mim, roupa amarela e singela da menina dos olhos d´agua - Terra.
Sou rocha viva também e digo mais: quem procura acha um cachorro pra brincar de pique-esconde, seja na selva ou em casa. Melhor é sair pra ver o mundo lá fora daqui da cabeça, de uma câmera 35mm ou de um passeio experdicionário.

Valerá a gente gozar antes, entre ou depois?

Entre nego, entre negas!

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