o portão da casa,
a garagem esverdeada,
as janelas laterais,
a cozinha dos guardanapos, dos pratos,
dos panos de pratos
e das refeições,
os banheiros, o lavabo,
o tempo que se gasta e o tempo que se usa,
"Olha a água menino!"
o quarto,
da solidão e do aprendizado farto,
da rede de amigos, da libido e da angústia em não haver outro lugar pra eu vagar por aí,
a sala, a tevê,
a rotina e o simples prazer
em estar ali,
o quintal,
cachorros e o festerê dos finais de semana,
que tal, uma cervejinha antes do almoço?
é corrida a casa,
é corrido o mundo,
vaguei e me perdi, me encontrei, saí...
fui ver a vida debaixo dos trópicos,
e não me apetece os nórdicos,
mas carrego no umbigo humildade
pra volver
e orquestrar minha felicidade,
pra saber e pra disfrutar da mocidade,
hoje me achei no infortúnio
de não corresponder,
pois bem, amanhã almejo nos engrandecer,
e se valho a esperança
é então porque aqui cabe muita lembrança
do tempo em que fui irmão
e que fui filho,
do tempo em que os sonhos não floresciam na realidade
e que sequer se anunciavam as estações pra sorrir,
do tempo em que se comia menos besteira,
em que a gente inventava brincadeira
pra um só ao outro se fazer notável.
pois bem pai, pois bem mãe, pois bem rai,
eu reconheço a ausência dessa tinta de mim,
mas é que vocês também me ensinaram assim,
e hoje sou muito daquilo que vocês me construiram,
e que agradeço,
por zelo,
por uma singela forma de compor
a gratidão e o amor
que vocês me têm e me tiveram.
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